Enquanto a Free Agency da NBA ocorre na América do Norte, o San Antonio Spurs esteve muito bem representado em Tóquio, no maior evento esportivo do mundo, os Jogos Olímpicos.


A lista de jogadores e técnicos que fazem ou já fizeram parte do Spurs e conquistaram medalhas* nestas Olimpíadas é enorme. São mais de 10 Spurs ou ex-Spurs. 6 campeões pelos EUA: Keldon Johnson (jogador), Greg Popovich (comissão técnica), Will Hardy (comissão técnica), Chip Engelland (comissão técnica), Steve Kerr (ex-jogador) e Ime Udoka (ex-assistente técnico); 1 medalhista de prata pela França: Nando de Colo (ex-jogador); e, por fim, 4 medalhistas de bronze pela Austrália: Jock Landale (jogador recém-assinado), Matt Nielsen (técnico do Austin Spurs), Patty Mills (ex-jogador) e Aron Baynes (ex-jogador).
Todavia, foram apenas três deles os grandes representantes do Spurs nas Olimpíadas: Patty Mills, Keldon Johnson e Greg Popovich. Todos vencedores.
*- Tecnicamente, membros da comissão técnica não recebem medalhas, que são entregues apenas aos atletas.
Patty Mills liderou a Austrália ao seu primeiro bronze
Em sua quarta Olimpíada, Patty Mills chegou com uma missão: liderar os Australian Boomers à primeira medalha olímpica de sua história.
Missão cumprida.

“Bala” Patty Mills liderou a Austrália ao bronze olímpico pela primeira vez na história do basquete masculino com uma performance digna de MVP que lhe rendeu uma seleção para o quinteto ideal dos Jogos. Repetindo feito que já havia realizado em Londres (2012), Mills foi o maior pontuador das Olimpíadas de Tóquio, com média de 26.8 pontos por jogo, e ainda distribuiu 6.8 assistências por confronto.
Após quatro vitórias consecutivas para iniciar a competição, a Austrália perdeu na semifinal para os Estados Unidos de Pop e Keldon, que viriam a ser campeões. Depois, se recuperaram muito bem diante da Eslovênia na disputa pela 3ª colocação.
E foi justamente contra a Eslovênia de Luka Doncic, na disputa pela tão sonhada medalha de bronze, o jogo mais importante de sua carreira, que Patty Mills fez a melhor partida de sua vida: 42 pontos, 9 assistências, 15 de 31 arremessos convertidos e a vitória dos Boomers após estar em quadra em 38 dos 40 minutos de jogo.
Foi uma performance para ficar marcada na história do basquete mundial. Realmente, espetacular!
Keldon Johnon e Greg Popovich campeões Olímpicos
Confirmando o favoritismo que sempre recai sobre os EUA, mas calando os diversos críticos da seleção que foram surgindo no decorrer da preparação e principalmente após a derrota na estreia da competição para a França, Keldon, Popovich e companhia fizeram história ao conquistar o quarto ouro olímpico consecutivo do basquete masculino estadunidense.

Depois da derrota na estreia para os franceses, Popovich e sua comissão ajustaram muito bem a defesa dos EUA, que, pelo talento que possui, já era claramente capaz de vencer qualquer outro time que encontrasse pela frente, mas, após estes ajustes, viu seus jogadores ficarem muito mais seguros para correr em transição e atacar com tranquilidade, boa movimentação de bola e muitos arremessos de longa distância.
Assim, venceram Irã, República Tcheca, Espanha e Austrália no caminho para enfrentar mais uma vez a França, dessa vez pela medalha de ouro e com um resultado diferente. Popovich, então, realizou um sonho que tinha há décadas: ser campeão olímpico.

Keldon Johnson, por sua vez, teve muito menos tempo de vida para sonhar com esse momento, tanto é que se juntou a Anthony Davis (2012) como um dos dois únicos jogadores de 21 anos a serem medalhistas de ouro pelos EUA no basquete masculino desde 1992, ano em que os jogadores da NBA começaram a representar seus países nas Olimpíadas.

Ainda muito novo e com pouca experiência no basquete profissional, Keldon foi mais importante fora da quadra do que dentro dela para a seleção americana. Jogou só as três partidas da fase de grupos, com média de apenas 6 minutos, 1.3 pontos e 1 rebote por jogo. No banco e no vestiário, contudo, foi tudo o que essa seleção estrelada precisava.
“Temos um garoto de 21 anos que disseram que não deveria estar aqui […] E ele trouxe mais energia que qualquer outro. Era isso que a gente precisava.”
Draymond Green sobre Keldon Johnson