De todos os jovens jogadores de San Antonio hoje, Lonnie Walker talvez seja o que mais divida opiniões. Afinal, o ala-armador tem sido o mais inconsistente, bem como tem encontrado mais dificuldades que os demais garotos no desenvolvimento de seu jogo.

Walker IV chegou aos Spurs no draft de 2018, vindo da Universidade de Miami, com a explosão e capacidade atlética como seus principais traços, além de ser um jogador com boa transição, finalização próxima ao aro, e excelente forma de arremesso. Essa combinação de fatores deixou a esperança da chegada de um pontuador nato, aquele jogador que consegue fazer 20 ou mais pontos por jogo sem esforço. No entanto, também tinham problemas preocupantes no jogador: uma lesão recente na universidade e uma inteligência de jogo – ou “IQ” – abaixo do ideal para a NBA.

Sua primeira temporada nos Spurs foi na liga de desenvolvimento, onde foi extremamente empolgante assistir o jovem jogador fazer quase 17 ppj com bom aproveitamento de quadra. Já na temporada passada, Lonnie conseguiu alguns minutos na equipe principal dos Spurs e passou boa impressão, fazendo com que boa parte dos torcedores da franquia pedissem para Pop utilizar mais o jogador e deixar Belinelli e Forbes com menos minutos, o que, ao decorrer da temporada, aconteceu (principalmente com Belinelli).

Walker terminou a temporada passada com cerca de 16 minutos de média e apenas 6.4 pontos por jogo, mas apareceu realmente bem na bolha de Orlando, com cerca de 27 minutos de média, 11.3 ppj, além de aproveitamento de 40 por cento nas bolas de três. Dessa forma, essas atuações da última temporada criaram a expectativa de que o jogador daria mais um passo adiante no seu desenvolvimento e se tornaria uma peça mais participativa na pontuação da equipe na temporada 20/21.

Contudo, essa primeira metade de temporada não foi aquela que o torcedor esperava de Lonnie Walker, mesmo tendo muitas oportunidades no time titular com a lesão do Derrick White e a crise de Covid da equipe.

O jogador tem médias aproximadas de 27 minutos e 11 pontos por jogo, muito semelhante àquela apresentada na bolha, com um aproveitamento um pouco pior nas bolas de 3, e um número ligeiramente maior de rebotes e assistências. Além disso, ele tem tido certa dificuldade de finalizar bandejas, em teoria, mais fáceis para um jogador da capacidade atlética dele.

Tudo depende de duas palavras chaves: desenvolvimento e consistência.

É necessário, contudo, paciência com Lonnie Walker. Apesar de ainda não ser aquilo que se espera, ele mostra lapsos de excelente jogador em alguns jogos, como contra os Timberwolves, nessa temporada, jogo em que marcou 25 pontos em 3 quartos (sofreu pequena lesão no começo do 4º quarto), ou naquele jogo sensacional contra os Rockets, que marcou 28 pontos, sendo a maior parte deles no último quarto para carregar o time a uma virada inesperada contra um rival histórico. Além disso, comparado ao jogador que chegou da Universidade de Miami, é inegável que sua defesa e sua inteligência em quadra deram um salto de qualidade notável. Ainda não é seu forte, mas é consistente o suficiente para ajudar a equipe.

O jovem jogador ainda tem muito espaço para crescimento. Com apenas 22 anos, Lonnie demonstra muito talento, potencial e capacidade física para ser uma peça fundamental do futuro da franquia, talvez no papel de 6º homem pontuador, ou até em um papel mais importante, mas tudo depende de duas palavras chaves: desenvolvimento e consistência.

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